A Música Disco ainda é muito apreciada hoje, em pleno século 21, mas as modas extravagantes desse tempo foram relegadas
a roupas coloridas, quase traje de
fantasia que hoje sujere uma cultura
vintage. No entanto, a era da discoteca
não foi apenas moda e nem se tornou tão popular porque as roupas eram divertidas e extravagantes
. A música Disco não está morta. Aqui você pode conhecer um pouco dessa história, da “disco music” e da
moda.
O auge da discoteca
acontenceu a partir da música tocada em boates gays, em clubes
subterrâneos de Nova York ou num sótão próximo ao décimo andar
num edifício da Rua 12 West no início de
1970. Outros clubes como o
Infinity, Flamingo, o Paradise Garage, Le
Jardin, e o The Saint lançaram uma cultura disco que trouxe com ela um
vale-tudo de atitudes e colocou todo mundo na noite pra dançar.
O Studio 54 tornou-se o lugar onde todo mundo queria ser visto em
roupas de disco, como tubos de
boob, sapatos de plataforma, calças compridas e formas conscientes do seu corpo vestidos de lurex, glitter e padrões
loucos ou cores. O Studio 54 desempenhou um papel essencial
a criação de cena da boate que ainda está
conosco hoje - um lugar onde
as pessoas se vestem para ser notados na
última moda.
O filme Saturday Night Fever (1977) assegurou que a discoteca
ditaria a moda por alguns anos antes de se tornar obsoleta quando o Punk Rock e New Wave
se tornaram a nova antítese a essa
cultura de moda e musical.
Mas o que aconteceu antes de 1970 para influenciar o
estilo de discoteca que estamos tão familiarizados hoje? Vamos voltar no tempo e dar uma olhada ...
Os dias antes do disco
1942 - La Discotheque,
uma discoteca na cave com apenas uma
plataforma giratória é aberta em Paris. O termo 'discoteca'
é usado na Europa para descrever clubes onde não há cantores.
Após ser uma casa de música ao vivo em Paris (1947) Paul
Pacine abre o Whiskey
A-Go-Go clube - um
dos primeiros já ao estilo discoteca,
com música mecânica através de máquina Juke box.
No Whiskey A-Go-Go,
em 1953 a DJ Regine usa dois toca-discos, sem intervalos entre as músicas. Há uma pista de dança, luzes
coloridas e não juke-box.
No final dos anos 1950, em Londres,
bares e cafés no Soho
tornam-se os mais badalados lugares para serem vistos como Les Enfants Terribles,
na Dean St.
No entanto, estes cafés não
tinham licença pra funcionar. Freqüentados
por imigrantes franceses e
italianos, eles servem para os
mais jovens que queriam dançar
no período da tarde. Ainda em 1950, em Londres, os
descolados do rock and roll preferem
bares e tabernas os chamados “café racer”
(a boate não era realmente dominante até a década de 1970).
No início dos anos 1960, Mark Birley abre uma
casa somente para membros e sócios estilo boate discoteca, a Annabel,
em Berkeley Square,
Londres. Em 1961 nos EUA há o começo de uma verdadeira paixão
sobre o espaço discoteca. Em 1962 o salão Peppermint de Nova York se torna o lugar onde as pessoas queriam ser
vistas pela noite até mesmo com um parceiro ou dois - vale tudo. Então,
nessa época as pessoas são vistas pela
primeira vez dançando muitas vezes sem um parceiro. O Peppermint
Lounge foi testemunha do nascimento do go-go
dancing, um esquema onde quem estava sozinho podia
alugar uma dançarina como par durante a noite. No Reino Unido, o Dj Roger Earle lançou no
The Twisted Earle em Manchester, um novo rítmo e criou a fundação Northern Soul (que teria um grande
impacto no desemvolvimento musical da Disco Music).
The Dawn of Disco
Em 1965 o empresário Arthur abre em Nova York juntamente com o DJ Terry Noel (o
primeiro DJ a misturar músicas que recebeu o nome de mixagem) um clube fechado que se tornaria
um ícone da Disco Music. Outros clubes
como Regine’s, Le Club, Shepheard’s, Cheetah e Ondine, também
abertos em meados da década de 60 usam o estilo do DJ Terry Noel e misturam as
músicas.
Enquanto
isso, na
Europa, por volta de 1966 músicas como Hold Me Closer
and Baby Come Back tornam-se hits e alavancam a cena do Eurodisco.
A noite de Paris esquenta
com novos clubes como
Chez Castel e
Chez Regine.
Em New York, 1969,
um clube chamado The
Baths Contentinal abre e passa a ser tratado como um Santuário
na West 43rd Street e quem comanda a casa é o lendário DJ Francis Grasso.
Então Jerry Butler grava Only The Strong Survive e a música finalmente é liberada
pela gravadora. O famoso Philly Sound
que mais tarde se tornaria um dos
elementos mais importantes da história
da música Disco.
Esses clubes além da diversão tornam-se um ponto de encontro e confiança
de grupos marginalizados naquele
momento. Afro-americanos, gays e
lésbicas, psicodélicos, latinos e
os chamados heterossexuais modernos passaram a
frequentar os clubes de Nova York e da Filadélfia desde o final década de 1960
e início de 1970. Em uma década de crescente fragmentação de estilo de vida e escolhas sociais, a reação contra a música
dominante branca, o rock and roll e o conhecido American way of
life que tomavam conta da cena dance
music da época, onde se destava o
jazz, a Musica Disco cria seu espaço. Também sucumbe ao
apelo das mulheres recém-liberadas pela pílula e amparadas em bandeiras feministas
que davam a elas muito mais oportunidades de trabalho. Essas mulheres procuravam sair desacompanhadas, vestiam-se
por conta própria, e apareciam nos clubes para gastar
seu salário suado e dançar a noite toda ao
som do novo funk, música latina e Soul Music.
Muitos ambientes das discotecas carregavam
a inspiração de elementos da cultura hippy como psicodelia,
amor livre, roupas coloridas e consumo
de drogas. É a era da contra-cultura, o alvorecer da Era de Aquário e da emancipação e da liberdade.
Enquanto isso, em Paris, os
clubes tocam faixas eróticas como de
Serge Gainsbourg - Je T'Aime,
Moi Non Plus - e,
pistas bem iluminadas, já tocam Isaac
Hayes com Wlak On By.
Em 1970, o DJ David Mancuso lança suas
festas nos “Lofts” de Nova York,
tornando-se uma inspiração
para muitos clubes privados que estavam
por vir. Suas festas são apenas para um público fechado.
Nessa época as primeiras músicas insinuando um som disco
incluem Bla, Bla Diddly (Giorgio
Moroder, 1966), You Keep Me Hangin’ On (The Supremes, 1966), Only the Strong
Survive (Jerry Butler, 1968), Message to Love (Jimi Hendrix’s Band of Gypsys,
1970), Soul Makossa (Manu Dibango, 1972), Keep on Truckin’ (Eddie Kendricks,1973)
and The Love I Lost (Harold Melvin & The Blue Notes,1973);
Em 1971 a Musica Disco chega à televisão
com o Soul Train com a música Dancing
Show;
Em 1973 o primeiro artigo sobre o disco é escrito por Vince Aletti
para a Revista Rolling Stone.
com o título de Disco Dancing;
Ainda em 1973 Karen Lustgarten introduz suas
aulas de dança estilo Disco Music na
cidade de San
Francisco. Seu livro, The Complete Guide to Disco Dance (Warner Books, 1978),
é o primeiro que se propõe a ensinar
passos de danças populares nas discotecas. O livro é um best-seller e traduzido em várias línguas.
Estilos individuais são coreografados
para combinar com o som de discoteca e vocais diferentes.
Disco Fever 1974-1977
Saturday Night Fever
De 1974 a 1977, a Música Disco
continua a aumentar em popularidade lançando
músicas compostas para embalar pistas de discotecas ao topo das paradas.
No final de 1977, os picos de febre disco
alcançam números extratosféricos com o
lançamento do filme Saturday Night
Fever. Visto como uma ferramenta de marketing para ampliar
a popularidade da onda Disco para além
da contra-cultura, o filme é um
enorme sucesso e a banda Bee Gees se torna
protagonista do álbum da trilha sonora que ao mesmo tempo se
transforma num dos álbuns mais vendidos de todos os tempos.
No final da década de 70 a Musica Disco
finalmente é fixada na cultura pop mainstream. Até
mesmo músicas consideradas “não-disco” são beneficiadas
por este movimento e é dado a elas o tratamento discoteca. O rico acompanhamento
orquestral que se identificava com a era disco evocava
as memórias da época big band. Por sua vez, vários artistas
de sucesso se apresentavam em discotecas, além de bandas, incluindo Perry
Como.
Arranjos orquestrais clássicos também tornam-se longas
faixas musicais e
ganham popularidade na pista de dança.
Ethel Merman entra nessa lançando um álbum de músicas
esilo Disco, The Ethel Merman Disco
Album em 1979. O mundo assiste
uma revolução e a impressão que se tem é que todo artista que vai a um estúdio tem a Disco Music como tema.
A Disco
moda
As roupas da moda na Era Disco se tornaram
muito populares em meados de 1970. Mesmo Elvis se
apresenta em seus shows com um macacão queimado e cortado na altura do umbigo.
Os frequentadores das Discotheques de
Nova York se vestem com roupas caras e extravagantes.
A Década de 70
foi a década conhecida
por apresentar glamour e brilho
para as massas. Baratos tecidos garantiam que qualquer
um podia comprar um pouco de
brilho em suas roupas e as pessoas enlouqueceram por isso. Fios metálicos, cetim, lantejoulas, tudo
que reluzisse valia a pena.O glitter também apareceu no
make-up, com as meninas espalhando um brilho gel
em suas bochechas, lábios, olhos. Lip gloss era essencial. Sobrancelhas também foram arrancadas e transformadas numa linha arqueada fina.
O fim da Era Disco
O olhar disco foi
gradualmente substituído pelo punk rock anti-moda no
final dos anos 1970. O estilo do disco foi considerado muito escapista e extravagante e fora de contato com a
política do dia-a-dia. Nos EUA
o ressentimento anti-disco cresceu
entre os fãs de rock que começaram a usar slogans anti-discoteca em camisetas.
O ápice foi o evento
conhecido como Disco Demolition
em 12 de julho de 1979. Uma demonstração anti-disco
no Comiskey Park,
em Chicago, ocorreu com pessoas queimando gravações e álbuns com música disco. A noite terminou em revolta com a multidão arrancando assentos e destruindo o lugar.
Alguns dizem que a reação contra
a música Disco foi incentivada por
produtores de música que queriam rock para se tornar mais populares novamente. Outros descreveram
a destruição do estilo disco
como uma tentativa deliberada intolerante para esmagar a popularização de uma
cultura musical amada por muitos
grupos minoritários na sociedade.
No entanto a Musica Disco e seu estilo
vive nos corações de muitos e sempre haverá um
pequeno pedaço de disco na alma
de todos que um dia pisaram em uma boate da época e, ainda hoje, se dirigem a
uma casa noturna para dançar a noite toda sem ter que emparelhar com um parceiro.
Revivals e Eurodisco
No final de 1980, e ao longo dos anos 1990, houve na Europa um pequeno renascimento
do estilo da Musica Disco. Uns deram o nome de New
Eurodisco, outros de House Music e até o final do século muitas canções com influências do disco foram hits.
Na verdade o estilo Eurodisco sempre foi
mais “pop-oriented”, e menos
influenciados pelo estilo Soul Americano
como ocorreu no nascimento da Disco Music. O Eurodisco
permaneceu na cultura pop em toda a Europa e no Reino Unido com grupos como ABBA e
BoneyM que ainda desfrutam de grande
sucesso. Tais grupos se manteveram e admitem uma influência
significativa na Musica Disco e
no Reino Unido durante os anos 1980, artistas como como Frankie
Goes To Hollywood, Pet Shop Boys e vários
outros lançados na mesma época, principalmente pela Aitken e
Waterman.
A Musica Disco será sempre popular na história, mesmo que a forma extrema de seu auge tenha se perdido em
seu tempo...
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